segunda-feira, 18 de abril de 2011

Patrimônio do Nosso Meio finaliza primeira etapa de documentário


Já foi finalizada a 1ª etapa de filmagens do documentário do projeto Patrimônio do Nosso Meio, realizado pelo Núcleo de Arqueologia do MHEP. Com duração de 20 minutos, o vídeo relacionará Patrimônio e Meio Ambiente em seu eixo temático.
Histórias e experiências de vida, formação de culturas, além das realidades das comunidades de Barcarena e Abaetetuba e a importância do trabalho com essas comunidades são alguns dos temas abordados pelo documentário, segundo relata a bolsista de Iniciação Científica Rosemara Lisboa.

No documentário, poderão ser vistos depoimentos da comunidade sobre essa realidade da região, com moradores como o líder comunitário Osvaldo Cruz, Dona Francisca do Cupuaçu e João Lúcio de Azevedo, cheio de histórias para contar sobre Vila do Conde, situada no município de Barcarena.

Como o Patrimônio do Nosso Meio, um projeto multidisciplinar com base em pesquisa arqueológica, pode ajudar no fortalecimento cultural e estrutural dessas regiões? Este é um dos questionamentos propostos pela equipe.

Cenários do cotidiano dos moradores locais como uma casa de farinha semimecanizada, as moradas dos pássaros japiins (que dá nome a uma das comunidades), a histórica Igreja São João Batista, em Barcarena e a Centro do Artesanato de Miriti de Abaetetuba formarão parte da narrativa do documentário.

Centro de Artesanato do Miriti


Além dos diversos depoimentos de comunitários, o vídeo trará ainda algumas análises de pesquisadores do projeto como o historiador Frederick Matos, o turismólogo Bernardo Costa Jr., a antropóloga Ivete Nascimento e o arqueólogo Paulo do Canto, coordenador do Projeto.

Os próximos passos serão a finalização do documentário que inclui edição de vídeo e áudio, trilha sonora, design gráfico, entre outros detalhes.

O Patrimônio do Nosso Meio já promoveu oficinas, palestras, exposições e outras atividades junto às comunidades e órgãos parceiros locais. O projeto é uma iniciativa do Núcleo de Arqueologia do Museu Histórico do Estado do Pará (MHEP), com patrocínio da Companhia Alumina do Pará (CAP) e apoio da da Secretaria de Estado de Cultura (SECULT) e Fundação Instituto pelo Desenvolvimento da Amazônia (FIDESA).

terça-feira, 5 de abril de 2011

“Hélio Oiticica – Museu é o Mundo”


Belém sedia a partir do dia 5, a exposição “Hélio Oiticica – Museu é o Mundo”, com obras e filmes de Hélio Oiticica, um dos artistas brasileiros mais pesquisados e exibidos mundo afora. A mostra será apresentada Museu Histórico do Estado do Pará, no Museu do Forte do Presépio, na Estação Docas, no Fórum Landi, na Fundação Cultural do Pará Tancredo Neves (CENTUR) e no Espaço Cultural Casa das 11 Janelas. A maior parte das obras vem do acervo de César e Cláudio Oiticica, e reúne seus famosos Metaesquemas, os desenhos do período neoconcreto, guaches, uma calça feita para a Mangueira, além de Bólides e Penetráveis.

Com curadoria de Cesar Oiticica Filho, Fernando Cocchiarale e Wagner Barja, a mostra cobre todos os períodos da produção do artista. A mostra é uma itinerância da realizada em março no Itaú Cultural, em São Paulo, em setembro, no Rio de Janeiro, e em dezembro, em Brasília.

A exposição traz ainda raríssimos penetráveis, obras monumentais de Hélio Oiticica [1937-1980], como “Tropicália”, de 1967, e “Rijanviera”, de 1979, que estarão no Museu Histórico do Estado do Pará; “Macaléa”, de 1978, e “A Invenção da Luz”, de 1978/ 1980, que estarão no Museu do Forte do Presépio; “Nas Quebradas”, de 1979, que estará na Estação Docas; “Rhodislandia”, de 1971, no Forum Landi. “Éden”, um conjunto de vários ambientes que integrou a primeira exposição do artista em Londres, na White Chapel, em 1969, está na Fundação Cultural do Pará Tancredo Neves (CENTUR) e “Penetrável Gal”, de 1969, no Espaço Cultural Casa das 11 Janelas.



“O que mais impressiona no legado de Hélio Oiticica é o poder de síntese que ele sempre teve na pauta das traduções de seu programa artístico. Desde os Metaesquemas, que são desenhos geométricos tradicionais, passando pelos outros projetos: Relevos, Bilaterais, Bólides, Ninhos e a diversas arquiteturas nomeadas até os Parangolés, o Hélio realizou uma ação continuada ininterrupta. Ele sempre falou, no fundo, das questões das cores, das formas, da linguagem da pintura e associou tudo isso ao corpo e à cultura”, afirma o curador Wagner Barja, pesquisador da obra de Hélio Oiticica, e autor de uma dissertação de mestrado na UNB, que envolve a obra do artista.

A ocupação de vários espaços públicos evoca uma característica do artista, que desde menino dizia que precisava andar para pensar, para perceber o mundo à sua volta e organizar as ideias. “Ele desenhava as rotas de todos os ônibus”, diz César Oiticica Filho. Já adulto, costumava fazer longas caminhadas, no que ironicamente chamava de “Delirium Ambulatório”, para relacionar à agitação motora de alguns pacientes psiquiátricos.

“A exposição tem como objetivo quebrar fronteiras, não só as paredes do museu, mas também ampliar a área de alcance da arte para grandes instalações na rua”, afirmam os curadores. César Oiticica Filho lembra ainda que no final de sua vida, Hélio Oiticica “não se considerava mais um artista, mas um propositor que instigava o artista que existia em cada pessoa”.

FILMES
Na exposição, serão apresentados os filmes “Agripina é Roma Manhattan” (1972) e “Brasil Jorge, Homenagem a Jorge Salomão” (1972), ambos de Hélio Oiticica, e “Phone” (1975), de Andreas Valentim.


MUSEU HISTORICO DO ESTADO PARÁ  
Na Sala da Cavalariça, estará o penetrável “Tropicália”, de 1967. Na sala transversal, estarão “Meta-esquemas”, “Relevos Especiais”, “Bólides” e “Desenhos Neoconcretos”. Na varanda dos fundos, estará o Penetrável “Rijanviera”, de 1979.

MUSEU DO FORTE DO PRESÉPIO
Na área interna do museu, estará o penetrável “Macaléa”, de1978, e na área externa, “A Invenção da Luz”, de 1978/ 1980.

ESTAÇÃO DOCAS
Na Estação Docas estará o penetrável “Nas Quebradas”, de 1979.

FORUM LANDI
No corredor lateral, estará o penetrável “Rhodislandia”, de 1971.

FUNDAÇÃO CULTURAL DO PARÁ TANCREDO NEVES (CENTUR)
No hall de entrada, estará “Éden”, um conjunto de vários ambientes que integrou a primeira exposição do artista em Londres, na White Chapel, em 1969. Na galeria, estará “Cosmococa”, de 1973.

ESPAÇO CULTURAL CASA DAS 11 JANELAS
No Espaço Cultural Casa das 11 Janelas estará o “Penetrável Gal”, de 1969.


segunda-feira, 4 de abril de 2011

Moderna para Sempre - A Fotografia Modernista Brasileira na Coleção Itaú


Exposição "Moderna para Sempre - A Fotografia Modernista Brasileira na Coleção Itaú" fica em Belém até 15 de maio



O público de Belém tem até o dia 15 de maio para conferir a exposição "Moderna para Sempre - A Fotografia Modernista Brasileira na Coleção Itaú", no Museu Histórico do Estado do Pará (Mhep). Nesta itinerância, a mostra apresenta 87 obras, incluindo as novas aquisições de duas vintage de José Yalenti: "Reflexo" - da qual uma cópia limitada já pertencia ao acervo - e "Ovaladas", ambas de 1950.

Com curadoria do fotógrafo Iatã Canabrava, "Moderna Para Sempre" passou antes pelo Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli (MARGS), em Porto Alegre, e pelo Centro de Arte Contemporânea e Fotografia da Fundação Clóvis Salgado, em Belo Horizonte. As fotografias remontam ao período entre os anos 40 e 70 do século passado, quando na esteira do modernismo europeu e americano da década de 20 os artistas brasileiros entraram na discussão sobre os limites da arte fotográfica. São 87 imagens de 26 artistas - 16 delas, vintage. Este recorte da coleção de fotografias do Itaú mergulha, sobretudo, no movimento fotoclubista brasileiro.
Segundo Canabrava, o fotoclubista brasileiro começou em São Paulo no Foto Cine Clube Bandeirante, fundado em 1939, e se alargou para os outros fotoclubes. Em geral era composto de amadores da fotografia que, livres das obrigações de um trabalho comercial, puderam experimentar e ousar quebrando regras e padrões. Nesses núcleos aterrissaram artistas como Geraldo de Barros, Thomaz Farkas, José Yalenti e German Lorca, presentes na exposição.

Abaixo a entrevista exclusiva do curador sobre a importância das obras e da exposição para o movimento artístico brasileiro.

Foto: Dilvulgação
Para Canabrava, a fotografia brasileira é conhecida lá fora. "Muitos desses artistas foram reconhecidos no seu tempo e continuam reconhecidos. Temos como exemplo o German Lorca, ativo até hoje, aos 90 anos fotografando, fazendo e acontecendo. O Thomas Farkas, que faleceu no último dia 25 de março, aos 86 anos, é conhecido não só como um dos fundadores da escola paulista do Foto Clube Bandeirantes e do modernismo brasileiro nos anos 40, mas também por seu trabalho documental com a Caravana Farkas. Geraldo de Barros sempre foi reconhecido por seu trabalho, não só como fotógrafo modernista, integrante do Foto Clube Bandeirantes e fundador do movimento paulista, como também designer de móveis, trabalhou até bem tarde na vida. O José Oiticica, que é pai do Hélio Oiticica, também é muito conhecido".

Para ele, o grande mérito da exposição é resgatar uma série de artistas pouco conhecidos fora do circuito fotocineclubista, como principalmente o trabalho de José Yalenti. "Poucas fotos deles são encontradas. Os negativos foram extraviados, ninguém sabe onde foram parar e suas fotos que encontramos por aí hoje são preciosidades, têm valor inestimável, é considerado um dos grandes fotógrafos descobertos por esta coleção de fotografia modernista do Banco Itaú", afirma.

Fonte texto: Amazônia Jornal