sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Comitê Brasileiro do Escudo Azul em defesa do patrimônio histórico

Em março de 2001, enquanto a comunidade internacional lamentava a destruição de duas estátuas gigantes de Buda no Vale de Bamiyan, no Afeganistão, o líder espiritual do Talibã, mulá Mohammed Omar, deu a seguinte declaração: “Do que estão reclamando? Estamos apenas destruindo pedras”.

Mas aquelas não eram quaisquer pedras. Esculpidas nas laterais de grandes rochas havia mais de 1.500 anos, as estátuas, de 38 e 55 metros de altura, eram indícios da incursão de Alexandre, o Grande, pela região (os Budas vestiam túnicas gregas) e de uma religião que, ao contrário do islamismo, não se opõe ao culto de imagens sagradas. A importância histórica e simbólica daquelas “pedras” foi justamente o que motivou sua destruição e os protestos subsequentes.

Pelo mesmo motivo – o reconhecimento de que a cultura tem valor real –, em 1999 um protocolo da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) identificou o Comitê Internacional do Escudo Azul, que reúne organizações responsáveis por museus, bibliotecas, arquivos, monumentos e sítios históricos de vários países, como o equivalente cultural da Cruz Vermelha Internacional. Em casos de conflitos armados ou desastres naturais, enquanto a Cruz Vermelha se empenha em proteger os civis envolvidos, o Escudo Azul se dedica ao resgate e à proteção da herança cultural ameaçada.

Desde sua fundação, o ICBS (sigla em inglês do Comitê) tem reagido a episódios como os saques e bombardeios à Biblioteca da Universidade de Bagdá, durante a ocupação americana no Iraque; o terremoto de 2009 na região de Abruzzo, na Itália, que destruiu grande parte do patrimônio arquitetônico da cidade medieval de Áquila; ou o terremoto no Haiti, em janeiro de 2010.

No Brasil, o Comitê  Brasileiro do Escudo Azul foi instalado em novembro de 2006, reunindo o trabalho voluntário de bibliotecários, arquivistas e museólogos. Segundo a presidente do Comitê Brasileiro, Célia Ribeiro Zaher, como aqui os casos de conflitos armados são poucos, o nosso Escudo Azul se concentra em preparar seus voluntários para agir em casos de calamidades públicas, como inundações e incêndios.

Acesse o site oficial do Comitê  Brasileiro do Escudo Azul: http://www.escudoazul.arquivonacional.gov.br/

Para ser voluntário do Comitê como bibliotecário, arquivista, museólogo, entre outros, clique aqui


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