segunda-feira, 4 de abril de 2011

Moderna para Sempre - A Fotografia Modernista Brasileira na Coleção Itaú


Exposição "Moderna para Sempre - A Fotografia Modernista Brasileira na Coleção Itaú" fica em Belém até 15 de maio



O público de Belém tem até o dia 15 de maio para conferir a exposição "Moderna para Sempre - A Fotografia Modernista Brasileira na Coleção Itaú", no Museu Histórico do Estado do Pará (Mhep). Nesta itinerância, a mostra apresenta 87 obras, incluindo as novas aquisições de duas vintage de José Yalenti: "Reflexo" - da qual uma cópia limitada já pertencia ao acervo - e "Ovaladas", ambas de 1950.

Com curadoria do fotógrafo Iatã Canabrava, "Moderna Para Sempre" passou antes pelo Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli (MARGS), em Porto Alegre, e pelo Centro de Arte Contemporânea e Fotografia da Fundação Clóvis Salgado, em Belo Horizonte. As fotografias remontam ao período entre os anos 40 e 70 do século passado, quando na esteira do modernismo europeu e americano da década de 20 os artistas brasileiros entraram na discussão sobre os limites da arte fotográfica. São 87 imagens de 26 artistas - 16 delas, vintage. Este recorte da coleção de fotografias do Itaú mergulha, sobretudo, no movimento fotoclubista brasileiro.
Segundo Canabrava, o fotoclubista brasileiro começou em São Paulo no Foto Cine Clube Bandeirante, fundado em 1939, e se alargou para os outros fotoclubes. Em geral era composto de amadores da fotografia que, livres das obrigações de um trabalho comercial, puderam experimentar e ousar quebrando regras e padrões. Nesses núcleos aterrissaram artistas como Geraldo de Barros, Thomaz Farkas, José Yalenti e German Lorca, presentes na exposição.

Abaixo a entrevista exclusiva do curador sobre a importância das obras e da exposição para o movimento artístico brasileiro.

Foto: Dilvulgação
Para Canabrava, a fotografia brasileira é conhecida lá fora. "Muitos desses artistas foram reconhecidos no seu tempo e continuam reconhecidos. Temos como exemplo o German Lorca, ativo até hoje, aos 90 anos fotografando, fazendo e acontecendo. O Thomas Farkas, que faleceu no último dia 25 de março, aos 86 anos, é conhecido não só como um dos fundadores da escola paulista do Foto Clube Bandeirantes e do modernismo brasileiro nos anos 40, mas também por seu trabalho documental com a Caravana Farkas. Geraldo de Barros sempre foi reconhecido por seu trabalho, não só como fotógrafo modernista, integrante do Foto Clube Bandeirantes e fundador do movimento paulista, como também designer de móveis, trabalhou até bem tarde na vida. O José Oiticica, que é pai do Hélio Oiticica, também é muito conhecido".

Para ele, o grande mérito da exposição é resgatar uma série de artistas pouco conhecidos fora do circuito fotocineclubista, como principalmente o trabalho de José Yalenti. "Poucas fotos deles são encontradas. Os negativos foram extraviados, ninguém sabe onde foram parar e suas fotos que encontramos por aí hoje são preciosidades, têm valor inestimável, é considerado um dos grandes fotógrafos descobertos por esta coleção de fotografia modernista do Banco Itaú", afirma.

Fonte texto: Amazônia Jornal

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